sábado, 27 de abril de 2013

Razões Por que Muitos Crentes Não Estão Frequentando os Cultos de Quarta-Feira


Pentecoste Verdade
“Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quando vedes que o Dia se aproxima”. (Hebreus 10.25).
Outro dia fui abordado por um auxiliar “obreiro” com a seguinte pergunta: “Qual será a razão para a frequência do culto de quarta-feira ser tão baixa? Por que poucos crentes frequentam este culto?”. Diante da pergunta resolvi escrever este texto sobre esse assunto tão crucial. Não sou o dono da verdade, mas pretendo apenas apontar uma possível solução para o problema.
Na década de 90 surgiu o movimento de crescimento de igrejas e com ele muitos métodos de crescimento. Desde então se começou a utilizar-se de tudo para atrair às pessoas as igrejas denominadas evangélicas. O pragmatismo substitui a Bíblia como guia para a evangelização. Nessa busca pelo sucesso a igreja aos poucos está perdendo sua identidade como povo de Deus. Ela mobiliza as massas, mas não a mente. Muitos pregadores e denominações são tentados a imitar a liturgia e esses métodos de crescimento proselitistas, onde outro evangelho é anunciado, prometendo: prosperidade, cura e bençãos imediatas. Fazendo com que muitas pessoas que ouvem essas promessas e não as alcançam se decepcionem com a igreja evangélica de um modo geral. Sinceramente, estamos buscando sucesso, ou sermos fieis a Deus? Até quando a igreja evangélica brasileira continuará utilizando meios carnais com a intenção de atrair multidões para seus cultos?
Diante desta introdução quero falar sobre por que muitos não frequentam os cultos de quarta-feira.
1.         Não vai ter Cantor de fora.
Vai ter cantor de fora? Talvez essa seja a pergunta mais frequente quando você convida alguém para o culto de quarta-feira. A motivação para ir ao culto está deturpada. Em vez de se glorificar somente ao Senhor (Mateus 4.10), o denominado “artista gospel” tem sido glorificado em seu lugar. Essa mudança de padrão tem levado muitos lideres a gastarem um absurdo com o cachê desses artistas, por que não querem desagradar a sua clientela na igreja, preferem obedecer ao povo do que a Deus (Atos 4.19). Esses “cantores” dizendo estarem agradando ao Senhor tem prestado um desserviço ao Reino de Deus entoando canções antropocêntricas, voltada para o homem, em vez de direcionar a adoração ao Deus verdadeiro. Boa parte dessas canções está carregada de agressividade e barulho e pouco ou nenhum poder de Deus. Os interesses comerciais falam mais alto do que as verdades da Palavra de Deus. A verdadeira música, que serve para louvar a Deus é a que é composta por um servo de Deus espiritual, compromissado com a verdade da Palavra de Deus. Muito desses artistas que são contratados para se apresentar em nossas igrejas não se congregam, não tem pastor e muito menos participam da Santa Ceia.
E para nossa tristeza “não admiração” esta é uma das razões por que a frequência desses cultos diminuiu. Quando não tem cantor de fora, muitos crentes não aparecem no culto d quarta-feira.
2.       Não vai ter Dança Litúrgica ou Peça Teatral.
A segunda pergunta mais frequente é: vai ter apresentação de grupos de dança? Peça teatral?
Mais uma vez a motivação está errada. Sei que a dança em si não é pecaminosa, errada ou imprópria para o cristão. Desde que não seja sensual, provocativa, erótica ou sugestiva, despertando lascívia. Mas, não encontro em nenhum lugar do Novo Testamento Deus colocando a dança ou o teatro como elementos do culto público. Não há nenhum registro nas escrituras neotestamentarias onde a dança e o teatro fizessem parte do culto. E muito menos no Antigo Testamento encontramos levitas apresentando-se em grupo durante o culto a Deus no templo através de danças litúrgicas ou de peça teatral. Isso não quer dizer que a igreja local não possa ter grupos de dança ou teatro. Quero apenas deixar claro que em escolas, nas praças, em feiras esses grupos podem legitimamente apresentarem-se, porém no culto público não. Nem tudo que cabe na vida diária como culto a Deus caberia no culto público e solene. Não podemos sair inventando maneiras de cultuar a Deus além daquelas que Ele revelou em sua Palavra.
E mais uma vez para nossa tristeza “não admiração” esta é uma das razões por que a frequência desses cultos diminuiu. Quando não tem dança litúrgica ou peça teatral, muitos crentes não aparecem no culto de quarta-feira.
3.       Não vai ter Pregador de fora.
A terceira pergunta mais frequente é: vai ter pregador de fora? Incrível! Mais uma vez a motivação está errada. A clientela gospel hoje não suporta mais a sã doutrina (2 Timóteo 4.3) e por isso sai a procura de pregadores que satisfaçam seus desejos e anseios. Quando querem prosperidade, contrata-se quem prega sobre o assunto. Quando querem avivamento, curas, profecias, agem da mesma forma. O púlpito de muitas igrejas se tornou um balcão onde a clientela é quem dita o que será pregado nele. A Bíblia deixou de ser para muitos, a inerrante, infalível Palavra de Deus tornando-se um livro de mitos e de conteúdo humano. Com o intuito de terem sucesso econômico e pessoal muitos pregadores estão mercadejando a Palavra de Deus (2 Coríntios 2.17), torcendo-a (2 Pedro 3.15,16), falando e não praticando (Mateus 23.2-4) e ouvindo-a sem praticá-la (Tiago 1.23-25). Já é tempo de voltarmos a Palavra de Deus. De pregarmos o Evangelho puro e simples que o Senhor Jesus mandou (Mateus 28.19,20). Pregadores deixem de ir até a Bíblia com ideias prontas, em vez disso, encontre nela o verdadeiro propósito, intenção do autor quando escreveu aquele texto. Diminua a pregação tópica, temática e aumente a pregação expositiva da Palavra.
E mais uma vez para nossa tristeza “não admiração” esta é uma das razões por que a frequência desses cultos diminuiu. Quando não tem pregador de fora, muitos crentes não aparecem no culto de quarta-feira.
4.       Não vai ter Avivamento.
A quarta pergunta mais frequente é: vai ter avivamento? Quarta motivação errada.
Em reação à frieza, carnalidade e ao mundanismo dos evangélicos, criou-se um movimento conhecido como “espiritualidade” . Não estou falando daqueles que oram, jejuam, gastam tempo lendo e meditando na Palavra buscando uma comunhão mais profunda com Deus e a plenitude do seu Espirito. Estou falando daqueles que colocam suas experiências acima da Palavra de Deus, cometendo abusos de todo tipo. É um pseudopentecostalismo. Consideram-se os verdadeiros profetas desta nação.  Derramam litros e mais litros de óleo sobre as pessoas, rodam como pião, rugem como leão, caem no “espirito”, riem sem parar “unção do riso” atribuindo tudo isso a ação do Espirito Santo. Mas a Palavra de Deus nos manda julgar, examinar tudo (1 Coríntios 2.15; 1 Tessalonicenses 5.21; 1 João 4.1; 1 Coríntios 14.29; João 7.24; 1 Coríntios 10.15). Esses deram ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios (1 Timóteo 4.1). O verdadeiro pentecostalismo é um segmento cristão, biblicocêntrico, formado por crentes em Jesus Cristo, verdadeiramente salvos, fiéis, sinceros, que seguem ao que está escrito nas Escrituras. Os pentecostais creem no que a Palavra de Deus assevera acerca da manifestação multifacetada do Espiríto: dons, ministérios e operações (Atos 2; 1 Coríntios 12.1-11; Marcos 16.15-20; 1 Coríntios 14.26, etc). Eles respeitam o primado das Escrituras, considerando estas a sua regra de fé, de pratica e de viver.
Concluo com muita tristeza “não admiração” dizendo que esta é uma das razões por que a frequência desses cultos diminuiu. Quando não avivamento, muitos crentes não aparecem no culto.

Estamos vivenciando uma verdadeira crise teológica e ética em nossas igrejas e uma prática pastoral muito ineficaz. Há pouca preocupação com a saúde da Igreja. Precisamos voltar urgentemente para Deus e para Sua Palavra inerrante e infalível. Precisamos de preparo espiritual e teológico. Precisamos conhecer e pregar o verdadeiro evangelho.

Fonte de algumas citações: Blog do Ciro, Blog o Tempora, o Mores.


Em Cristo,

Presbítero Jorge Pinto