sábado, 19 de maio de 2012

Carta de Um Pecador


Carta de um pecador

Caro Deus,

A muito tempo tenho vontade de conversar com o Senhor. É um assunto muito complicado, agora mesmo não sei nem como começar. Mas, vamos lá.
Antes de me converter, eu estava alienado, vivia por viver, não tinha sonhos nem expectativas quanto o futuro. Como tão bem explica Paulo, eu era um escravo do pecado (Rm 6.17,20), até que eu tive uma experiência marcante na minha vida e isto fez-me rever meus conceitos e aos poucos reconhecer que do jeito que vivia não ia chegar a lugar algum e tomei uma decisão, fiz a oração do pecador, “aceitei a Cristo” como meu Senhor e Salvador, mesmo na época não compreendendo muito tudo isso.
No começo pensei que tudo mudaria e rapidamente me livraria de velhos hábitos, vícios e costumes. Mas, de modo inevitável observei, que algumas dessas coisas insistiram em ficar. E houve uma intensa luta dentro de mim (Gl 5.17). Percebi de uma forma mais intensa que havia em meus membros uma “... lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros” (Rm 7.23) e como Paulo gritei “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7.25). Pobre de mim, iludido eu pensava que nunca mais voltaria a pecar, desconhecendo as palavras de 1João 1.8-10: “Se dissermos que não temos pecado enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós”.
Então em um dado momento achei que tudo estava acabado e não haveria remédio para a minha enfermidade, até que abri minha Bíblia em Romanos 3.21 e li: “Mas, agora, se manifestou, sem lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas” e com alivio falei: “Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor...”.
Finalmente uma grande convicção do meu pecado tomou conta de mim, um verdadeiro arrependimento, Cristo morreu por mim, fui justificado e regenerado e entendo que a santificação não é imediata, mas, está acontecendo paulatinamente em mim.
Enquanto estiver aqui nesta terra não cessará esta luta entre a carne e o Espírito. Mesmo assim, tenho me esforçado para andar no Espírito para não ceder aos desejos da carne (Gl 5.16), pois, “Os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências” (Gl 5.24).
E por mais que alguém insista em apontar defeitos e falhas em mim, continuo confiando na palavra que me diz: “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito” (Romanos 8.1).
E concluo este diálogo com o Senhor citando Romanos 8.31-39:
Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas essas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!.

A “... vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gálatas 2.20 grifo meu).

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