Carta
de um pecador
Caro
Deus,
A
muito tempo tenho vontade de conversar com o Senhor. É um assunto
muito complicado, agora mesmo não sei nem como começar. Mas, vamos
lá.
Antes
de me converter, eu estava alienado, vivia por viver, não tinha
sonhos nem expectativas quanto o futuro. Como tão bem explica Paulo,
eu era um escravo do pecado (Rm 6.17,20), até que eu tive uma
experiência marcante na minha vida e isto fez-me rever meus
conceitos e aos poucos reconhecer que do jeito que vivia não ia
chegar a lugar algum e tomei uma decisão, fiz a oração do pecador, “aceitei a Cristo”
como meu Senhor e Salvador, mesmo na época não compreendendo muito
tudo isso.
No
começo pensei que tudo mudaria e rapidamente me livraria de velhos
hábitos, vícios e costumes. Mas, de modo inevitável observei, que
algumas dessas coisas insistiram em ficar. E houve uma intensa luta
dentro de mim (Gl 5.17). Percebi de uma forma mais intensa que havia
em meus membros uma “... lei que
batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei
do pecado que está nos meus membros” (Rm 7.23) e como Paulo gritei “Miserável homem
que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm
7.25). Pobre de mim, iludido eu pensava que nunca mais voltaria a
pecar, desconhecendo as palavras de 1João 1.8-10: “Se
dissermos que não temos pecado enganamo-nos a nós mesmos, e não há
verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e
justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.
Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra
não está em nós”.
Então
em um dado momento achei que tudo estava acabado e não haveria
remédio para a minha enfermidade, até que abri minha Bíblia em
Romanos 3.21 e li: “Mas, agora, se
manifestou, sem lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e
dos Profetas” e com alivio falei: “Dou
graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor...”.
Finalmente uma grande convicção do meu pecado tomou conta de mim, um verdadeiro arrependimento, Cristo morreu por mim, fui justificado e regenerado e entendo que a santificação não é imediata, mas, está acontecendo
paulatinamente em mim.
Enquanto
estiver aqui nesta terra não cessará esta luta entre a carne e o
Espírito. Mesmo assim, tenho me esforçado para andar no Espírito
para não ceder aos desejos da carne (Gl 5.16), pois, “Os
que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e
concupiscências” (Gl 5.24).
E
por mais que alguém insista em apontar defeitos e falhas em mim,
continuo confiando na palavra que me diz: “Portanto,
agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus,
que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito”
(Romanos 8.1).
E
concluo este diálogo com o Senhor citando Romanos 8.31-39:
Que
diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra
nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o
entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as
coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É
Deus quem os justifica. Quem os condenará? Pois é Cristo quem
morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à
direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do
amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição,
ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito:
Por amor de ti somos entregues à morte todo dia: fomos reputados
como ovelhas para o matadouro. Mas em todas essas coisas somos mais
do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que
nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as
potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a
profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor
de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!.
A
“... vida que agora vivo na carne,
vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si
mesmo por mim” (Gálatas
2.20 grifo meu).
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