A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva foi consagrada pastora pela Convenção das Assembleias de Deus no Distrito Federal (CEADDIF), após reunião ocorrida há três semanas e só agora divulgada. A reunião de consagração foi liderada pelo pastor Sóstenes Apolos.
Após mais de dez anos de proibição de ordenamento de mulheres a Assembléia Geral Ordinária realizada em outubro de 2011 passou a considerar as mulheres no ministério pastoral.
A decisão foi tomada após intensos debates sobre o tema, que resultaram na aprovação por 70 % dos cerca de 1,5 correligionários presentes, que se manifestaram a favor do pastorado feminino.
O assunto é considerado polêmico em meio ao conservadorismo das Assembleia de Deus. As convenções regionais, consideradas autônomas têm a possibilidade de aprovar decisões que posteriormente passarão pelo crivo da Convenção Geral das Assembleias de Deus.
“Que desculpa daria para não ordenar mulheres? Temos que fugir desta herança machista que temos que é resquício do catolicismo romano. Vamos dar respaldo a estas mulheres que trabalham que fazem de fato e não por direito”, comentou o pastor Sóstenes, de acordo com o Creio.
Igrejas Assembléia de Deus em lugares como Estados Unidos e Europa já possuem pastoras e até bispas em seus quadros, segundo esclarece Apolo.
Agora a espera é pela homologação pela Covenção Geral das Assembleias de Deus (CGADB) das mulheres ordenadas, entre elas Marina Silva.
Anteriormente, nas convenções de 1983, ratificada em 2001, a entidade não reconhecia a ordenação feminina dentro dos quadros da denominação.
Trajetória
Marina Silva possui quase 30 anos de vida pública com forte presença e atuação na área de recursos naturais e desenvolvimento sustentável. Seu reconhecimento na área vem do Brasil e exterior, e hoje é referencia nos debates de temas ligados à ecologia.
Entre janeiro de 2003 e maio de 2008 exerceu mandatos de vereadora, deputada estadual e senadora, além de ministra do Meio Ambiente.
Marina teve uma infância pobre. Filha de seringueiro no Acre, ela viveu a maior parte dela em uma palafita em um seringal em Rio Branco. Seus pais tiveram 11 filhos, dos quais oito sobreviveram. Acometida de inúmeras doenças decorrentes da falta de infra-estrutura do local onde viviam, sua mãe também veio a falecer.
Para se tratar de doenças como malária contaminação por mercúrio e leishmaniose, Marina foi viver na capital do estado, onde foi acolhida por um bispo na casa das irmãs Servas de Maria.
Já aos 16 anos, trabalhou como empregada doméstica para se sustentar. Estudava à noite para se alfabetizar e posteriormente cursou curso superior em História e pós-graduação em Psicopedagogia.
Educada no catolicismo, chegou a pensar em se tornar freira. Depois de se converter, passou a frequentar a igreja Assembléia de Deus.
Como ministra do Meio Ambiente no governo Lula, Marina obteve destaque, entre outras coisas, a importância de o Governo Federal assumir uma postura em relação aos gases que provocam danos ao meio ambiente e causam o chamado efeito estufa.
Em 2010 lançou oficialmente sua candidatura à Presidência da República, em que alcançou mais de 20 milhões de votos.
Fonte: Christian Post
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