quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O Sal do Palácio e o Sal do Altar: Uma Reflexão sobre alguns Impedimentos à Obra de Deus


Pr. Antonio Jose – Presidente da IEADTC
“Agora, visto que comemos o sal do palácio, e não nos convém ver a desonra do rei, por isso mandamos dar aviso ao rei” (Ed 4.14).
Como nos dias de Esdras e Neemias quando o povo de Deus sofria persistente oposição do inimigo (samaritanos), nós em nossos dias sofremos também com a presença sempre constante do mal ao nosso redor.
O livro de Esdras relata como Deus cumpriu sua promessa profética através de Jeremias 29.10-14, no sentido de restaurar o povo judeu depois de setenta anos de exílio (Ed 1.1). Esdras foi o homem chamado por Deus para encorajar o povo a concluir a restauração do templo e quem Deus usou para restaurar o povo espiritual e moralmente.
Na obra de Restauração realizada por Esdras, assim como na obra de Restauração realizada através dos tempos, sempre estiveram presentes os Impedimentos. Seja qual for a área da obra de Deus que estiver sendo feita, haverá sempre uma severa oposição do inimigo para fazê-la parar.
À luz do texto de Esdras capítulo 4, eu gostaria de compartilhar com o nobre leitor sobre uma palavra que o Senhor por sua misericórdia vivificou para mim, quanto à oposição patrocinada pelo inimigo para impedir a realização da obra de Deus.

A primeira palavra que o Senhor trouxe ao meu coração foi a seguinte: As boas novas da restauração desperta os inimigos da obra de Deus para impedir a sua realização (Ed 4.1-3).
A pior coisa que pode acontecer a um grupo comprometido com a realização de uma obra grandiosa é verificar que lhe são colocados obstáculos para entravar o andamento do trabalho. Era isso que estava acontecendo com o povo de Deus que estava envolvido com o desafio da reconstrução do templo e conscientes do que isso representava para a identidade de sua fé e da própria nação.
Nesse contexto, eu afirmo que existem, alguns impedimentos que precisam ser identificados e removidos pela ação direta de uma liderança guiada e dirigida por Deus. Dentre os quais, destaco em primeiro lugar: a falta de discernimento da liderança estabelecida. Esdras discerniu a intenção dos adversários e percebeu que a cooperação oferecida pelo inimigo traria sérias consequências à unidade da obra de restauração, visto que a mesma estaria comprometida pela miscigenação de costumes, por interesses pessoais, etc. (Ed 4.2).
Em segundo lugar, outro impedimento que eu gostaria de ressaltar diz respeito à falta de orientação e conhecimento do povo de Deus. A falta de comando e orientação afeta a reafirmação da identidade do povo e da nação (Denominação). Diz a palavra que por falta de conhecimento o povo se corrompe. Um povo sem conhecimento é presa fácil de qualquer orientação estranha. Daí o sucesso que os falsos profetas fazem hoje em dia. Quando a liderança não passa uma orientação segura ao povo, líderes levianos se levantam e alguns se estabelecem por seus propósitos rebeldes e exclusos, promovendo a divisão do corpo de Cristo.
O terceiro impedimento que enumero, apresenta o trabalho da oposição oficial e da oficiosa (Ed 4.4,5). Assim como nos dias de Esdras, os métodos do inimigo continuam os mesmos. O adversário sempre reage à garra e ao comprometimento do povo de Deus envolvido na obra de restauração. Isso não deveria nos surpreender. O que, porém nos surpreende e entristece é estarmos nos dedicando a determinada obra e sentirmos que há pessoas trabalhando contra nós. Principalmente no reino de Deus, quando isso acontece, mais e mais nos angustia e martiriza. Daí a expressão do texto: “Todavia o povo da terra debilitava as mãos do povo de Judá e os inquietava no edificar” (Ed 4.4).
Como estamos nos dedicando à obra de Deus em nossas igrejas hoje em dia? Perfeitamente Íntegros e Integrados? Ou estamos nos deixando influenciar pela oposição maldosa e se misturando a ela, permitindo que, por intromissões estranhas ao nosso meio, venhamos a perder o foco do nosso trabalho e nos insurgir contra a liderança que Deus estabeleceu?
Amados pastores e líderes – Não nos enganemos.  O trabalho sórdido da oposição é debilitar as mãos dos que estão fazendo a obra de Deus, pois o compromisso e o interesse do povo de Deus quando está debilitado sob alguma inquietação nunca poderá marchar bem. Tenho por certo que a crítica dos bastidores parece ser a mais danosa. Sim. Porque que ela chama a nossa atenção de imediato. O problema é como reagimos às críticas. Às vezes, alguns reagem de forma desproporcional, injusta e precipitada. Quem reage assim geralmente acaba dizendo o que não deveria dizer e ouvindo o que não gostaria de ouvir. Stanley Jones, missionário inglês na Índia diz em seu livro um pensamento que alenta a todos os que são alvos de críticas, principalmente os que exercem cargos de liderança: “Os que me criticam são guardiões gratuitos da minha honra”.

A segunda palavra que o Senhor trouxe ao meu coração foi a seguinte: Para toda ação que promove a restauração, haverá uma reação que visa à estagnação (Ed 4.4,5). Nesse ponto vos apresento a inspiração do texto que deu origem a esta mensagem. “Agora, visto que comemos o sal do palácio, e não nos convém ver a desonra do rei, por isso mandamos dar aviso ao rei” (Ed 4.14).
        À luz do capítulo 4 de Esdras, vejamos a reação dos que comem o sal do palácio (Ed 4.14). Mobilizam-se para frustrarem os planos da obra de restauração (Ed 4.5). Os que comem o sal do palácio quando verificam que os seus ardis não surtem efeitos a fim de destruir ou pelo menos minar os esforços dos que estão fazendo a obra do Senhor, eles tentarão através da denúncia maldosamente mal intencionada, prejudicar o esforço que se está fazendo para restauração do templo do Senhor (Ed 4.6).
É importante ressaltarmos que o trabalho oficial da maledicência é feito gradativamente com os poderosos da terra. Como por exemplo: Assuero, Artaxerxes, etc. O mal, quando intencionado dolosamente, não cessa com facilidade suas artimanhas. Procurará de todas as formas trazer prejuízos à obra do Senhor. Isso deve servir de lição para nós em nossas igrejas.
Hoje em dia, principalmente quando a igreja está bem, está crescendo e a sua obra evangelizadora começa a incomodar a satanás, este faz com que certos problemas surjam, de forma a tirar o ânimo e o entusiasmo da igreja de Cristo. Essa reação visa à estagnação.
Os que comem o sal do palácio também reagem tentando desanimar o povo de Deus através da intimidação, ameaça, e deturpação das intenções dos fiéis. “E escreveram uma carta contra Jerusalém…”(Ed 4.8).
Os que comem o sal do palácio são instrumentos da discórdia, da difamação, da calúnia e de outros interesses que fazem cessar a obra de Deus (Ed 4.24). “Então cessou a obra da casa de Deus que estava em Jerusalém…”.
Os que comem o sal do palácio utilizam a estrutura rígida e inflexível da instituição em detrimento da unidade relacional em todos os níveis.
        Os que comem o sal do palácio se deixam seduzir pelo poder, negociam cargos e posições e geralmente não são dignos do salário que recebem.
Os que comem o sal do palácio são obstáculos sérios à obra de restauração e à carreira de vitórias que a igreja se propõe alcançar.
 O arsenal maligno usado pelos que comem o sal do palácio revela ainda muitas outras coisas. Dentre outras destaco: O pecado da inveja entre a liderança; a vaidade pessoal de certos líderes; a falta de bom senso em decisões simples; a suspeita sobre pecados na vida de pessoas influentes e o caráter dos que fazem a publicidade da maledicência oficial e da oficiosa, etc…
Existe, porém, outra reação que se contrapõe aos que comem o sal do palácio. É a reação dos que comem o sal do Altar de Deus. Este sal do altar é símbolo de preservação que purifica as nossas intenções, que lava as nossas mãos na inocência e que nos leva pelo caminho da santidade ao santuário de Deus (Sl 73.13,17, 28).
Os que comem o sal do altar não se deixam levar pela influência de terceiros, aceitando denúncias infundadas, boatos suspeitos e informação incompleta a respeito da igreja e de sua liderança.
Os que comem o sal do altar rejeitam o discurso desagregador dos que se opõe à obra de Deus e trabalham para que o espírito de harmonia, paz e progresso não venha ser minado e em pouco tempo a igreja esteja desunida e dispersa.
Os que comem o sal do altar não sacrificam razões espirituais por quaisquer conveniências. Sejam elas ministeriais, sociais, políticas, econômicas, etc…
Os que comem o sal do altar são dignos do seu salário. Andam de forma digna da vocação em que foram chamados e são obreiros aprovados que não tem do que se envergonhar (Lc 10.7; Ef 4.1; 2ªTm 2.15).
Meus amados irmãos, assim como nos dias de Esdras, o qual o Senhor incumbiu para fazer uma grande obra, nós também estamos envolvidos nessa mesma tarefa. Não temos dúvida que o pecado estará sempre investindo contra o crente em todos os tempos. Seja impondo-lhe novos hábitos, vocabulário, insensibilizando-o para determinadas situações negativas, levando-o a compactuar com certas atitudes indevidas, etc. Todavia, como crentes em Cristo, sujeitos a tais situações, devemos com seriedade, buscar a presença do Senhor, para com o recurso espiritual dele, vencer essas tentações.
Concluímos dizendo que a obra do Senhor não pode ser prejudicada por nenhum artifício ou impedimento. Que Deus nos ajude a ser sensíveis às atuações do inimigo e do mundo ao nosso redor, para sabermos evitá-las assim como Esdras, e com coragem e desprendimento estar sempre na presença do Senhor fazendo a sua obra.
- “Levanta-te, pois, e faze a obra, e o Senhor seja contigo” (1º Cr 22.16).
           Em Cristo Jesus e porque ele vive!
           Pr. Antonio José Azevedo pereira.
Fonte: Portaljvd

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