terça-feira, 5 de junho de 2012

Corrupção na Igreja do Pastor Eli


Os capítulos 1-4 de 1Samuel narram o inicio e o final do sacerdócio de Eli e seus filhos Hofni e Fineias. Farei alguns comentários sobre esse período onde "raramente o Senhor falava e as visões não eram frequentes" (3.1) sendo que algumas coisas daquela época podem ser vistas ainda hoje em algumas igrejas evangélicas no Brasil e no mundo.
É inevitável falar de Eli sem lembrar da corrupção em algumas igrejas evangélicas de hoje. Essas igrejas atuais se tornaram muito criativas no levantamento de fundos (recursos), mas, é questionável a forma que esse dinheiro é administrado. Em muitas delas não há a preocupação da liderança em fazer uma prestação de contas para os seus membros, deixando no ar a seguinte pergunta: O que estão fazendo com o dinheiro da viúva pobre (Marcos 21)? É claro que a maioria já sabe a resposta: Estão usando esse dinheiro para enriquecimento pessoal, comprando mansões, jatinhos, fazendas, dólares, etc. Aproveitando-se do beneficio da isenção de impostos muitos estão enxergando que fundar uma igreja hoje, é excelente negocio. A igreja de Cristo precisa denunciar e repudiar essas praticas financeiras desonestas. Como muito bem alguém já falou: Uma nação de cordeiros sempre será governada por lobos. Lobos em pele de cordeiro muitas vezes (Mateus 7.15). Como Deus tratou desse assunto tão polêmico no tempo de Eli, e como Ele tem tratado esse assunto em nosso tempo?
Alguns pontos importantes:
1. Siló era o local de culto.
Todos vinha para adorar e sacrificar à Deus ali (1.3). 
O tabernáculo permaneceu 300 neste local.

2. Hofni e Fineias desprezavam a oferta do Senhor e prostituíam-se (2.12-17).
E mesmo depois de haverem sido advertidos por seu pai (2.22-25), saberem que estavam fazendo o povo do Senhor transgredir, e que o Senhor os queria matar, mesmo assim, continuaram.
Aqueles que deveriam ensinar a Lei e julgar o povo de forma imparcial haviam corrompido-se. Aqueles que foram separados por Deus dentre todas as tribos de Israel para subir no altar, queimar incenso e usar um colete sacerdotal na presença Dele (2.28); que tinham o privilegio de receberem parte das ofertas preparadas no fogo (2.29), agora estavam sendo chamados de filhos de Belial, e todos sabiam que eles não conheciam o Senhor (2.12). O povo estava faminto pela Palavra de Deus (Amós 8.11), mas o que era responsável pela pregação, perdeu a inspiração.

3. Os dois primeiros pontos explicam a causa de raramente haver visões, sonhos e quase não se conhecia mais quando Deus estava falando com alguém (3.4-10). 

Devemos  voltar as Escrituras.
"Onde não há profecia (revelação divina), o povo se desvia (perece, corrompe-se), porém o que guarda a lei, esse é bem aventurado" - Provérbios 29.18.
Eli não havia apenas perdido a visão física (3.2), mas, também a visão espiritual.
O motivo do Senhor raramente falar era que a liderança havia corrompido-se. 
Os filhos de Eli eram ímpios, não se importavam com o Senhor, não cumpriam seus deveres, estavam tratando com desprezo a oferta do Senhor, se prostituíam (2.12,13,17,22).
Todo o povo conhecia estas coisas (2.23) e mesmo assim Hofni e Fineias não foram punidos (3.13).


4. O Senhor faz duas acusações contra Eli (2.29) - Na época ele tinha 98 anos e julgou Israel 40 anos.
a. Honra a teus filhos mais do que a mim;
b. Para engordardes do principal de todas as ofertas do meu povo.
E declara o juízo (2.30-36; 3.11-14).
Por mais que a lâmpada de Deus no templo estivesse acessa (3.3), e arca ainda estivesse em seu lugar, não demoraria muito para que aquilo que já era nítido se concretizasse com o fim do sacerdócio e morte de Eli e seus filhos (4.11-22). O sacerdócio da família de Eli não era mais vitalicio (2.31-36; 3.14). 


5. Tanto o sacerdote como o povo precisava de um verdadeiro arrependimento, acompanhado de confissão de pecados para que a Glória de Deus não se fosse.
Por não haver uma liderança sabia (Provérbios 28.19), o povo acabou corrompendo-se, desviando-se da Aliança, recebendo o justo castigo o juízo de Deus. Necessitavam urgentemente arrepender-se de suas praticas, voltando-se novamente ao seu Deus que por causa dos seus pecados já os havia deixado.


6. Mesmo em meio a situações como essas, Deus nunca desampara completamente o seu povo.
Ele levanta o jovem Samuel como juiz e profeta no meio do seu povo. Como está escrito: "E o jovem Samuel ia crescendo e fazia-se agradável, assim para com o Senhor como também para com os homens" (2.26); "E crescia Samuel, e o Senhor era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra. E todo o Israel, desde Dã até Berseba, conheceu que Samuel estava confirmado por profeta do Senhor. E continuou o Senhor a aparecer em Siló, porquanto o Senhor se manifestava a Samuel, em Siló, pela palavra do Senhor" (3.19-21).

7. Diante de tudo isso, ainda perguntavam: Por que nos feriu o Senhor, hoje, diante dos Filisteus (4.3)?
Assim como o Senhor havia falado aconteceu - Veio o juízo de Deus.
Houve guerra com os Filisteus: No primeiro confronto morreram 4 mil homens de Israel (4.2), no segundo 30 mil homens (4.10).
A Arca foi tomada e morreram Hofni, Fineias e o sacerdote Eli (4.11-18).
Os versículos 21 e 22 do capitulo quatro encerra com a seguinte frase: "foi-se a glória de Deus".
 
Concluo com as palavras de D. M. Lloyd Jones em uma palestra sobre a História da Igreja: "talvez não exista nada que tenha denegrido tanto a glória de Deus como a história do seu povo na igreja". 


Em Cristo,

Presbítero Jorge Pinto


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