quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A Globo, os cantores gospel e a negociação da fé.


Por Renato Vargens

O Festival Promessas promovido pela Rede Globo de Televisão foi extremamente polêmico. Gente de todo tipo e de todo lugar polemizou sobre o evento organizado pela Vênus Platinada.

Eu por exemplo devido ao artigo que escrevi (veja aqui) recebi inúmeros emails de irmãos em Cristo dizendo que não interessa os interesses globais e sim a pregação do Evangelho. Para estes, o mais importante de tudo foi Cristo ter sido pregado, ainda que com isso tenha sido necessário negociar alguns valores, mesmo porque, segundo alguns crentes em GEZUIS os fins justificam os meios. 

Na verdade,  para estes não importa a motivação global, nem tampouco o show business evangélico, muito menos os rios de dinheiro que rola no famigerado mundo gospel, até porque,  se Cristo for cantado,  tudo vale. Se não bastasse isso,  alguns crentes enebriados pelos encantos globais "profetizaram" nas mídias sociais dizendo:  "Deus vai nos dar uma novela evangélica global!  Vamos tomar posse da Globo! Aleluia! Disseram os mais animados! 

Pois é, não se surpreenda se para atingir esse funesto objetivo o conteúdo do evangelho seja negociado.

Caro leitor, por fatores diversos, a sociedade brasileira vem vivendo há muitos anos debaixo de uma enorme crise moral e relacional. E claro, como não poderia deixar de ser, a igreja evangélica também. Há pouco tempo, ouvi a história de um crente que ao ser reprovado no exame de uma auto-escola, recebeu a proposta por parte do examinador de pagar por fora R$ 50,00, a fim de que o exame fosse refeito. Tal “irmão” sem titubeios prontamente aceitou, dizendo ser aquilo a uma grande benção de Deus, afinal de contas o que importa é não perder. 

Diante deste triste relato sou obrigado a lhe perguntar: Será que os fins justificam os meios? Será que devemos dar um “jeitinho” em tudo para atingirmos os nossos objetivos? Para pregarmos Cristo temos  que negociar nossos valores? Ora, claro que não. Entretanto, essa sociedade encontra-se tão adoecida, que práticas como esta, se entranharam em nossos hábitos e costumes, fazendo-nos achar que não existe nenhum mal em subornar alguém. Junta-se a isso o fato de que as relações interpessoais são egoístas, manipuladores e utilitárias. Na verdade, parece que vivemos debaixo de uma síndrome, onde o que é importa é prevalecer sobre o outro, independente de que para isso precisemos atropelar conceitos, princípios e vidas. 

Caro leitor, como cristãos somos desafiados a não vivermos segundo as regras deste sistema. De maneira alguma podemos permitir que valores antiéticos e amorais conduzam nossas vidas. Na perspectiva bíblica jamais nos será permitido negociarmos o inegociável, nem tampouco, instrumentalizarmos as pessoas com vistas ao nosso sucesso pessoal. Os pressupostos do reino nos motivam a vivermos uma vida justa, reta e equânime, onde nem sempre ganhamos.

Soli Deo Gloria,

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