Da esquerda para direita, padres Barbosa, Duarte e Gomes |
“Eles [os coroinhas] só não denunciam os padres porque a cidade é muito preconceituosa”, disse.
A Justiça começou a julgar ontem os três padres de Arapiraca acusados de pedofilia, no mais recente escândalo do gênero no Brasil que teve repercussão internacional, incluindo uma manifestação do Vaticano.
Os outros dois padres são Raimundo Gomes (foto), 53, e Edílson Duarte (foto), 44. Todos negam que sejam pedófilos.
No caso do padre Barbosa, que tem o título honorário de monsenhor, há uma prova contundente: um vídeo gravado em janeiro de 2009 no qual ele e Silva aparecem na cama fazendo sexo oral. Trechos das imagens foram divulgados em março de 2010 pelo programa no SBT Conexão Repórter, de Roberto Cabrini.
Outros dois ex-coroinhas que acusam os padres de abuso sexual sãoAnderson Farias Silva, 21, e Cícero Flávio Barbosa, 23, que foi o autor do vídeo. Na época, ela disse: “Filmei para ter uma prova e pôr um ponto final nisso”.
Após o seu depoimento desta sexta, o segundo do dia, Anderson afirmou estar aliviado. "Esperei muito por este dia”, disse. "Outros meninos sofrem abusos e espero que não tenham medo de denunciar”.
Ele reafirmou que começou a ser assediado por Raimundo Gomes quanto tinha 14 anos e que, por isso, desistiu de ser padre.
Cícero não quis falar com a imprensa após o seu depoimento. Quando explodiu o escândalo, ele disse que o monsenhor Barbosa começou a abusar dele quando tinha 12 anos.
Dois representantes do Vaticano, Daniel Almeida e Menetti Severiano, acompanharam os depoimentos.
O juiz decidiu que o julgamento será retomado no próximo dia 22, quando serão ouvidas testemunhas da acusação e as da defesa. Somente o padre Edilson apresentou oito testemunhas.
Cada padre tem uma linha de defesa, mas em comum eles alegam que estavam sendo vítimas de extorsão de dinheiro dos jovens.
O promotor Alberto Tenório acredita que haverá condenação. “Este é o único caso no mundo com provas concretas do abuso, no caso o vídeo do monsenhor Luiz e a confissão do padre Edílson”.
A pena para abuso e exploração sexual é de 4 a 10 anos, podendo ser aumentada de acordo com o número de vítimas.
Da esquerda para direita, ex-coroinhas Anderson, Cícero e Fabiano |
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