Estudando sobre a História
da Igreja dos primeiros quatro
séculos, principalmente sobre a suposta conversão do imperador Constantino (imperador 306-337) onde Igreja e Estado começaram a andar juntos, percebi que não demorou muito para logo em seguida Teodósio
(imperador 379-395) tornar o Cristianismo religião
oficial do Império Romano. Foi justamente nesta época que, começou a surgir algumas
mudanças significativas na Igreja.
Dentre elas podemos citar:
A ideia de uma visível igreja universal, que é composta de bispos,
sendo eles (os bispos) a partir daí reconhecidos como o corpo reinante da Igreja.
Entendo muito bem que
houve alguns benefícios quando a Igreja foi Oficializada, mas também muitos males, dentre eles: o Cristianismo tornar-se Religião do Estado; O Nominalismo; objetos de adoração e costumes pagãos
infiltram-se na Igreja; Aumento do poder da Igreja
e com isso também houve aumentos de abusos por parte dela; Mundanismo, tendo como resultado um
aumento excessivo do Ascetismo, sendo que os mais espirituais diziam
que não se dava mais para viver em uma
igreja mundana.
Diante destes fatos podem
surgir as seguintes interrogações: “Será que a Igreja de hoje ainda sofre
devido a todas estas mudanças que ocorreram nos primeiros quatro séculos da sua História? Será que algumas lideranças de hoje tem permitido entrar em
suas “igrejas” estes males citados acima? Será que estas mesmas lideranças não
têm considerado-se como os imperadores romanos “bispos dos bispos”? Independentemente
da resposta que cada um pode dar, prefiro ficar com as palavras de Jesus em
Mateus 22.21: “... “Daí, pois a César o que é de César, e a Deus o que é de
Deus” e as do apostolo Paulo em Romanos 13.7: “Portanto dai a cada um o que
deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor;
a quem honra, honra”.
Fica claro que com este poder delegado
pelo império, valendo-se da autoridade civil, a “igreja” tornou-se mais cruel
em perseguir os que não concordavam com ela, inclusive a própria religião pagã. Isto pode ser observado nos séculos seguintes.
Na atualidade observamos
que algumas “igrejas” tem tido este mesmo comportamento.
Os abusos continuam até
hoje. Estamos vivendo cercados por homens sedentos por títulos: bispos, apóstolos,
missionários
e como se tudo isso não fosse suficiente agora no meio “evangélico” há também
os que se auto-intitulam de patriarcas. O desejo pelo poder, fama, luxo dentre
outras caprichos nunca é saciado.
Enquanto a igreja primitiva era independente (tinha governo
próprio), liderada por presbíteros e apenas os apóstolos exerciam autoridade
sobre ela, hoje ela é governada por “Convenções”. Recentemente chamadas pelo pastor
Silas Malafaia de “cachaça de pastor”. Onde em algumas delas impera o corporativismo,
acobertando o erro uns dos outros, isto é, permitindo que pastores adúlteros, infiéis,
autoritários, que cometem barbaridades em alguma “igreja” sejam transferidos
para outra (onde se desconhece os fatos sobre ele), mesmo sabendo que o ideal
seria que da mesma forma que eles disciplinam e expõe o problema do membro de
suas igrejas, eles deveriam também ser disciplinados e afastados de sua função.
Fiscalizam os outros, mas não admitem a critica e a opinião de ninguém.
Acham-se intocáveis, monopolizam a salvação, em algumas só se é pastor por
“barganha”, “peixada”, “ser genro, familiar de pastor”, e não por vocação
“chamada”. Perseguem aqueles que não compactuam com os seus ideais. É uma
vergonha!
Enquanto que a igreja dos primeiros quatro séculos, ajudava os
necessitados. Muitas
(não todas) lideranças da atualidade
têm utilizado dos recursos de suas igrejas para beneficio próprio, comprando
jatinhos, mansões, carros importados e recentemente fiquei sabendo da compra de
fazendas também. O apóstolo Pedro muito bem falou sobres essas pessoas em sua
segunda carta (2.13-22) onde tão claramente nos diz: eles blasfemam do que não
entendem; têm prazer nos deleites cotidianos; têm os olhos cheios de adultério;
não cessam de pecar; seguem o caminho de Balaão amando o prêmio da injustiça;
são nuvens levadas pelo vento; servos da corrupção; “Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O
cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama”.
Referindo-se a eles
podemos citar o que Jesus falou sobre os fariseus em Mateus 23.
Dizem e não praticam;
fazem boas obras a fim de serem vistos pelos homens (já receberam o seu galardão
‘Mateus 6.14’ );
amam os primeiros lugares nas ceias, as primeiras cadeiras nas sinagogas; amam
as saudações nas praças e serem chamados pelos homens de mestres (hoje seria “bispo” “pastor” “apóstolo”
“missionário”
“patriarca”);
sendo que o Senhor Jesus ensinava diferente “Porém o maior dentre vós será vosso servo. E o que a si mesmo se
exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado” (vs.
11,12).
Poderia continuar o meu
raciocínio, mas prefiro parar por aqui, pois quanto mais escrevo sobre isto me
entristeço por saber que estas coisas estão a cada dia infiltrando-se no meio
da “igreja’. Confiemos na oração do Senhor “Não
peço que os tire do mundo, mas que os livres do mal”.
Em Cristo,
Presbítero Jorge Pinto
O nosso inimigo está trabalhando de um modo diferente, ontem, ele fazia com que os crentes fracos voltassem ao mundo. Hoje ele está trazendo o mundanismo para dentro das Igrejas, e eles não estão vendo o que está acontecendo ao seu redor.
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