segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A "Panelinha" de Jesus - Pastor Antonio José



Embora a expressão tenha caráter pejorativo, não podemos desprezar a extensão do seu significado, visto ser mais abrangente do que a simples idéia de um grupo seleto, bem articulado e de forte tendência corporativista.
Quanto a aplicação do termo "panelinha" no cotidiano relacional da Eclésia, geralmente está ligado a praticas promotoras de interesses pessoais ou de grupos, onde a hipocrisia explicita e implícita tempera a "panelinha" com os ingredientes da maledicência e do pretexto de falatórios profanos.
O que configura também o diminutivo "panelinha" é a sua reduzida capacidade de agregar pessoas, valores e idéias, visto que dificilmente a sua tampa estagnada pela mesmice, se levanta para aceitar o novo e assim renovar os ares do seu pequeno mundo.
Do ponto de vista sociológico das relações humanas, a "panelinha" é exclusiva e excludente ao mesmo tempo. Isso se deve a sua vocação de se fechar hermeticamente segundo a sua conveniência e de só se abrir sobre forte pressão exterior.
A "panelinha" em si mesma, não é responsável pelo resultado final do cardápio que é servido à mesa. O que na verdade a deprecia, são os componentes que compõe uma velha receita que alguns insistem sempre em fazer reunindo o mesmo grupo de pessoas.
Em defesa da "panelinha" eu levanto a tese que o desdém da qual ele é alvo em parte é injusto. A minha argumentação se sustenta no fato que o problema não está na "panelinha", mas naqueles que a manipulam. Por isso eu posso conceber a utilidade da "panelinha" em vários segmentos das relações humanas.
Seguindo este raciocínio posso afirmar que Pedro, Tiago e João formavam a "panelinha" de Jesus. Contudo ao que nos consta, Jesus foi uma especie de mestre kuka que jamais permitiu a sua "panelinha" fervesse sem o propósito definido de abençoar e promover o bem estar coletivo das pessoas.
Daí o caráter sui generis de inclusão com base no amor de Deus e no amor ao próximo.
Nesse sentido poderíamos enumerar algumas "panelinhas" famosas da bíblia dentre as quais destaco a do apostolo Paulo (Timóteo, Gaio, Trófimo, Sopater, Tíquico, Epafrodito, Tito...).
Em nível de liderança a "panelinha" se expressa na forma de uma equipe coesa ou de um staff administrativo que valoriza os esforços de um grupo cuja ações promovem o sucesso da liderança eficaz.
Algumas "panelinhas" precisam ser quebradas. Isto é fato! Jesus quebrou a "panelinha" dos Fariseus, dos Saduceus, dos herodianos em nome da verdadeira religião. Até a "panelinha" dos filhos dos profetas pode ser envenenada, quanto mais as "panelinhas" que se formam na igreja cristã atual.
Portanto, em vez de execrarmos todas "panelinhas" apenas pelo pré-conceito que nomeio o seu caráter, façamos com sábio discernimento a distinção do real propósito de cada "panelinha" e assim conservemos as boas e quebremos as más.

Em Cristo Jesus e porque Ele vive!

Pastor Presidente da IEADTC: Antonio José Azevedo Pereira

Fonte: Portaljvd


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