É nEle que nos movemos
Vivemos e existimos
É nEle, é nEle
Se amo, falo, choro ou canto
É nEle que tudo acontece
É nEle, é nEle
Batidas do meu coração
Dependem desse Maestro
E até o ar que eu respiro
É Ele mesmo quem me dá
Em volta da mesa com os meus
Celebro com vinho a vida
É Ele quem dá gosto a tudo
Com Ele a alegria sempre está
É nEle que eu descanso
Pois sei em Quem tenho crido
É nEle, é nEle
Fui salvo por Sua Graça
Eu trago comigo esta glória
É nEle, é nEle
Arrasto por onde vou
Correntes de amor eterno
E grito ao universo inteiro
Quem dEle vai me separar?
Silêncio na terra e no mar
Silêncio nos mundos distantes
Pois nada me arranca dos braços
D'Aquele que me amou primeiro
Mais uma composição primorosa do amado Stênio Marcius, registrada em seu mais recente CD “Beleza do Rei” (ouça um trecho da música acima, de outras do CD e compre aqui). Ela vai de encontro às “teologias humanistas” que têm atacado a igreja nestes dias, onde as palavras de ordem e decretos têm sido chamadas de verdadeiras expressões de fé, onde as pessoas são iludidas em achar que sua oração é que move a mão de Deus. Tempos onde a salvação é conquistada e as bênçãos são conseguidas por esforço. Onde a graça tem sido confundida com permissão para pecar. Dias em que até o poder do Soberano Senhor e seus atributos têm sido subestimados. Trata-se de uma letra com sólido fundamento bíblico e riquezas melódica e harmônica, na simplicidade de violões e flauta. O CD é arranjado pelo primoroso Silvestre Kuhlmann, exceto a música destacada aqui "É n'Ele", assinada por Diego Venancio.
A idéia da canção é baseada num trecho do conhecido discurso de Paulo em Atenas: Atos 17:28 - pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração. Esse texto inspirado foi composto a partir de duas citações de poetas gregos. Do primeiro, Epimênides (600 a.C.), Paulo usa a parte final do poema que descreve o discurso que Minos, filho de Zeus, fez em sua homenagem, na ocasião de sua morte: “em ti nós vivemos e nos movemos e temos nosso ser”. Do segundo, faz uso de uma pequena parte e uma poesia de Arato de Soles (315–240 a.C.), da Cilícia, na Ásia Menor, intitulada Phainomena, escrita em homenagem a Zeus: “...porque na verdade somos sua descendência”.*
Claro que Paulo conhecia o contexto dessas frases e sabia que ambas exaltavam a Zeus. Mas pinçando-as e alocando-as no contexto de sua pregação no Areópago, Paulo dava uma “tapa com luvas de pelica” em seus ouvintes. Ele estava consolidando o que já vinha tratando nos versículos anteriores acerca do poder do Deus verdadeiro que criou e sustenta a vida, demonstrando que os poetas estavam certos em suas colocações, mas equivocados quanto ao verdadeiro agente propulsor de todas as coisas e que do nada gerou a vida.
É interessante refletir um pouco sobre a estratégia de Paulo com o uso dessas citações em Atos 17.28: 1. Estava “antenado” com a cultura de seu tempo; 2. Mostrou-se sensível e compadecido com aquele povo, cuja idolatria expressava a aflição de cegos em busca de Deus; 3. Reconheceu que a verdade de Deus está presente em toda a sua criação e por isto não viu dificuldade em usar citações de poetas pagãos como auxílio na exposição do evangelho; 4. Abriu mão de uma citação direta do Antigo Testamento, visando alcançar e manter a atenção de seus ouvintes; 5. Ao fazer citações de poetas conhecidos de sua audiência, Paulo não os relaciona a Zeus, mas ao “Deus desconhecido”, que ainda estava oculto para eles. Quando se usa elementos da cultura para uma “ponte” à evangelização, deve-se ter o mesmo cuidado de Paulo, conforme demonstrado neste último item.
Em sua pregação, Paulo destacou que nada o homem pode fazer a não ser que Deus o faça. O que somos e fazemos, dependem dele! Pobre do homem que acha que pode algo. Coitado daquele que não tem mais fé que é Deus que move e sustenta tudo o que há. Desgraçado daquele que pensa que Deus está limitado aos seus fracos limites.
Stênio Marcius desenvolveu Atos 17.28 em sua música com brilhantismo e genialidade, demonstrando as implicações de viver, existir e nos mover Nele, que rege as batidas do meu coração, tal qual um maestro que sabe quando a música começa, quando terminará, seu tom e toda sua dinâmica (Salmo 139.16); que me dá o ar para respirar e a alegria para festejar com meus amigos (Salmo 4.7); que é poderoso para sustentar a minha salvação, já que veio por sua graça e nada poderá me arrancar das mãos daquele que me amou primeiro (Efésios 2.8; Romanos 8.35-39; João 10.29; 1 João 4.19). Nele, além de, viver, mover e existir, posso encontrar descanso na plenitude de seu poder (Salmo 91.1).
Precisamos nos cercar de músicas que tratem com essa seriedade a riqueza das Escrituras e que explorem sua profundidade com compromisso. O Stênio tem sido um desses homens que Deus tem comissionado a, nesse espírito, levar a sua Palavra em forma de canção. Que Deus lhe conceda tantas outras mensagens cantadas.
Por: Heleno Filho
Fonte: Blog Arteejubilo
*Informações baseadas no Comentário de Atos, do Dr. Simon Kistemaker.
A idéia da canção é baseada num trecho do conhecido discurso de Paulo em Atenas: Atos 17:28 - pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração. Esse texto inspirado foi composto a partir de duas citações de poetas gregos. Do primeiro, Epimênides (600 a.C.), Paulo usa a parte final do poema que descreve o discurso que Minos, filho de Zeus, fez em sua homenagem, na ocasião de sua morte: “em ti nós vivemos e nos movemos e temos nosso ser”. Do segundo, faz uso de uma pequena parte e uma poesia de Arato de Soles (315–240 a.C.), da Cilícia, na Ásia Menor, intitulada Phainomena, escrita em homenagem a Zeus: “...porque na verdade somos sua descendência”.*
Claro que Paulo conhecia o contexto dessas frases e sabia que ambas exaltavam a Zeus. Mas pinçando-as e alocando-as no contexto de sua pregação no Areópago, Paulo dava uma “tapa com luvas de pelica” em seus ouvintes. Ele estava consolidando o que já vinha tratando nos versículos anteriores acerca do poder do Deus verdadeiro que criou e sustenta a vida, demonstrando que os poetas estavam certos em suas colocações, mas equivocados quanto ao verdadeiro agente propulsor de todas as coisas e que do nada gerou a vida.
É interessante refletir um pouco sobre a estratégia de Paulo com o uso dessas citações em Atos 17.28: 1. Estava “antenado” com a cultura de seu tempo; 2. Mostrou-se sensível e compadecido com aquele povo, cuja idolatria expressava a aflição de cegos em busca de Deus; 3. Reconheceu que a verdade de Deus está presente em toda a sua criação e por isto não viu dificuldade em usar citações de poetas pagãos como auxílio na exposição do evangelho; 4. Abriu mão de uma citação direta do Antigo Testamento, visando alcançar e manter a atenção de seus ouvintes; 5. Ao fazer citações de poetas conhecidos de sua audiência, Paulo não os relaciona a Zeus, mas ao “Deus desconhecido”, que ainda estava oculto para eles. Quando se usa elementos da cultura para uma “ponte” à evangelização, deve-se ter o mesmo cuidado de Paulo, conforme demonstrado neste último item.
Em sua pregação, Paulo destacou que nada o homem pode fazer a não ser que Deus o faça. O que somos e fazemos, dependem dele! Pobre do homem que acha que pode algo. Coitado daquele que não tem mais fé que é Deus que move e sustenta tudo o que há. Desgraçado daquele que pensa que Deus está limitado aos seus fracos limites.
Stênio Marcius desenvolveu Atos 17.28 em sua música com brilhantismo e genialidade, demonstrando as implicações de viver, existir e nos mover Nele, que rege as batidas do meu coração, tal qual um maestro que sabe quando a música começa, quando terminará, seu tom e toda sua dinâmica (Salmo 139.16); que me dá o ar para respirar e a alegria para festejar com meus amigos (Salmo 4.7); que é poderoso para sustentar a minha salvação, já que veio por sua graça e nada poderá me arrancar das mãos daquele que me amou primeiro (Efésios 2.8; Romanos 8.35-39; João 10.29; 1 João 4.19). Nele, além de, viver, mover e existir, posso encontrar descanso na plenitude de seu poder (Salmo 91.1).
Precisamos nos cercar de músicas que tratem com essa seriedade a riqueza das Escrituras e que explorem sua profundidade com compromisso. O Stênio tem sido um desses homens que Deus tem comissionado a, nesse espírito, levar a sua Palavra em forma de canção. Que Deus lhe conceda tantas outras mensagens cantadas.
Por: Heleno Filho
Fonte: Blog Arteejubilo
*Informações baseadas no Comentário de Atos, do Dr. Simon Kistemaker.
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